Para todas as pessoas, e pais em particular, que estão a tentar mudar, deixo-vos aqui este texto publicado originalmente no meu facebook. Pode lê-lo também aqui.
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Porquê
que reclamamos muito e mudamos pouco? Já pensou sobre isso? Porque é que às
vezes temos este sentimento de desejo de mudança e logo de seguida reprimimo-lo
com desculpas, razões e tudo o mais que nos ajude a justificar que continuemos
“presos” a situações que não nos fazem bem, ou por vezes até, nos fazem mal.
Muitos dos padrões que repetimos nas nossas vidas, são adquiridos nas relações
precoces, com os nossos pais, outras vamos desenvolvendo ao longo da nossa
vida, construindo fragilidades sobre fragilidades. De repente, percebemos que
estamos presos. E acreditamos que já não conseguimos sair.
Porque é difícil mudar?
1.
Temos medo do
desconhecido, do que vem a seguir. Mais ainda, medo de não se seguir nada e
ficar um vazio. É, fundamentalmente, um problema de imaginação. Porque só
conseguimos imaginar a partir do que já vivemos ou já existiu e não conseguimos
visualizar algo novo e diferente dos nossos “velhos” padrões.
2.
Aceitar o novo, implica desistir
do velho. E a verdade é que o velho, para nós, é também o seguro. Ainda que
desagradável ou desconfortável, é seguro. Para algumas pessoas, isso é
precioso. O que vem a seguir à decisão de mudança, é uma infinidade de
possibilidades. Isso é o melhor do “novo”. É que é uma possibilidade de nos
(re)conhecermos e nos (re)construirmos. Assim tenhamos nós a coragem para o
fazer.
3.
Achamos
que é mais fácil pôr uma coisa antiga a funcionar, do que aprender a “manejar”
uma nova. A questão é que se fosse fácil, já estaria a funcionar. Se não dá
sinais de melhorar, então talvez tenha chegado a hora de aceitar que é assim
que vai continuar a estar - "avariado". Ter medo de não conseguir
funcionar com o novo, é como deixar de provar alimentos, que nunca comemos
antes, porque não sabemos se os vamos digerir bem.
4.
Por uma espécie de teimosia
ou ingenuidade - “Estou há tantos anos a tentar mudar isto (sem sucesso),
não vai ser agora que vou desistir”. No entanto, diz um ditado chinês que
“insanidade, é repetir várias vezes a mesma coisa e esperar um resultado
diferente”.
5.
Achamos que vamos ficar em défice
ou perda. Porque não vamos receber daquela situação o que esperávamos
receber. Para seguir em frente, é necessário aceitar que já não vamos retirar
dali o que idealizámos. E como é difícil aceitar isso! Sentimos que saímos “de
cena” com saldo negativo. Isto acontece porque estamos focados no que
efectivamente não recebemos. A verdade é que tudo o que de bom e de mau foi
vivido, não desaparece. Foi real e gerou sentimentos, emoções e aprendizagens.
Estas, vêm connosco, assim como todas as memórias. Neste ponto de vista,
estamos,“contas feitas”, sempre a ganhar.
6.
Ficar indefinidamente numa situação, ou num padrão que nos faz
mal, é muitas vezes também, ter medo do
sucesso. Ou porque achamos que não o merecemos, ou porque achamos que ter
sucesso é “demasiada areia para o nosso camião”. Aqui, só uma boa dose de
auto-conhecimento e de amor-próprio, podem ajudar.
7. Porque
achamos que somos mais fracos e
impotentes, do que o que verdadeiramente somos. E quanto menos nos
permitimos colocar-nos à prova, mais cresce este sentimento de incapacidade.
Muitas vezes, só quando a própria vida decide lançar-nos um desafio é que
descobrimos que afinal até somos capazes de mais. Muito mais!
Tudo o que suponha/proponha mudancas, que afinal nao eh mais que o processo normal da vida, por ser esta sinonimo absoluto da dinamica permanente, pois, sem este prussoposto nao ha o progresso e a evolucao exigidas e prescritas pelas leis naturais da vida... Mui grato e mantenho aqui meu interesse em acompanhar e em ter chance de acessar aos debates dos temas aqui propostos... Mui Grato / Saudacoes Cordiais / Manuel de Sousa - Luanda - Angola
ResponderEliminarGrata pelo seu comentário Manuel. É muito bem vindo a este espaço virtual e sinta-se à vontade para lançar o debate sempre que lhe fizer sentido. Abraço,
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