Uma mãe não nasce no dia em que dá à luz. Talvez até possa, em certa medida, “renascer” ou “reinventar-se”, mas tudo o que ela é, tudo o que viveu até aquele momento, faz invariavelmente parte da sua existência e vai, invariavelmente, acompanhá-la em tudo o que viverá e será no seu papel de mãe. Traz portanto consigo uma “mochila” já bem cheia e na qual, terá que arranjar um cantinho para algo tão “espaçoso” como a maternidade. Uma mãe é mulher, filha, neta, cidadã. Uma mãe tem fantasmas, medos e fragilidades. Uma mãe tem esperanças, desejos e expectativas. Nada disso desaparece no dia em que se faz mãe. Antes pelo contrário, tudo isso se revela e se intensifica!
O primeiro olhar dos nossos filhos passa em grande medida pelos olhos da sua mãe, numa linguagem de emoções, que nem sempre compreende. Ora a mãe está feliz, ora está triste, ora a sua voz é suave, ora está a gritar. Umas vezes chora, outras vezes ri-se. Que estranho o mundo lhe pode parecer! Tantas e tantas vezes, estamos a olhar para os nossos filhos e neles procuramos respostas. Esquecemo-nos, por vezes, que também eles nos olham, e mais ainda tantas vezes nos espelham. Atrever-me-ia a dizer que quanto mais olharmos para nós, mais os conseguiremos compreender. E, talvez por isso, o que deveriamos procurar, seja o nosso próprio livro de instruções.
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